A
história que envolve esta alegada virgem e mártir de tão insólita que é chega a
causar alguma confusão, sendo resultado da combinação de várias lendas, que o
imaginário popular tratou de unir. Primeiro, o próprio nome, Wilgefortis ou
Wilgeforte – virgem forte, oferece-lhe um nome que nasceu associado à sua
lenda, embora em diversos países recebe um sem número de nomes. Esta santa não
raras vezes é associada como sendo santa Liberata, uma das irmãs de Santa
Quitéria (a explicar num próximo post), que terá recebido o martírio às mãos do
próprio pai. A lenda coloca-a em Portugal. Ou melhor, no território atualmente
português, na zona de Braga. Senda a jovem de atraente feição o seu pai, que
seria um rei de nome ??? tê-la-á prometido em casamento a um rei da Sicília ao
qual Wilgeforte, desesperada, não sabia como fugir, pois não desejava aquele
matrimónio. Orou assim a Deus pedindo que a tornasse tão feia e repugnante que
homem mais nenhum havia de desejá-la. Como resposta ao seu pedido, cresceu-lhe
uma farta e hirsuta barba que lhe deu feições masculinas. O rei, ao conhecê-la
achando que zombavam dele por tamanha afronta, pôs fim ao acordo. O pai da
santa ao vê-la e podendo explicar aquele insólito feito como obra de
feitiçaria, mandou crucificar a própria filha, da mesma forma como havia
morrido aquele a quem tanto amor devotava.
Iconograficamente
apresenta-se vestida como uma jovem mulher tendo por vezes o arminho aos
ombros, de cabelos longos e barbada e estando sempre já crucificada. A sua
festividade é a 20 de Julho e tem como padroado o poder de desfazer casamentos
indesejados, como não poderia deixar de ser.
Santa
Wilgeforte, pintura mural localizada numa igreja em Utrecht, Países Baixos