O nascimento de Maria (ou Miriam em hebraico) foi completamente normal. Os elementos divinos e sobrenaturais da natureza e conceção de Maria ocorreram muito antes de Ana dar à luz. Até mesmo as palavras carinhosas e a atenção da sua mãe, largamente retratados no Proto-Evangelho de Tiago, retratam uma relação intensa e amorosa entre uma mãe e a sua primeira filha. Precisamente por causa destas qualidades muito humanas, as representações deste tema dos fins da Idade Média até ao Renascimento, apresentam registos preciosos de momentos históricos e costumes, com variadíssimos detalhes de decorações interiores e vestuário. A figura realista de Ana, nunca mencionada nos Evangelhos Canónicos, era muito popular na Alemanha incluindo entre as famílias de classe social mais humilde. Podemos observar uma parteira que apresenta a Ana nua, coberta apenas por uma touca branca, a recém-nascida Maria.


A Natividade da Virgem, manuscripto do século XV, Antifonário Ranworth fol. 257, Rector and Wardens, Ranworth, Norfolk


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