Daniel, profeta do Antigo Testamento, foi atirado para um cova com leões da qual saiu ileso graças à intervenção divina. Deus mandou um anjo para ajudá-lo, enquanto Habacuc, transportado da Judeia por um outro anjo, levou a comida que preparou para ele mesmo, para Daniel. O milagre foi reconhecimento pelo rei da Babilónia que fez castigar os seus detratores.
Daniel pode aparece tanto de pé como sedente, rodeado pelos leões. Em versões mais completas pode aparecer Habacuc, transportado por um anjo que o agarra pelos cabelos, levando os alimentos. Também os leões podem apresentar diversas atitudes: lambendo os pés de Daniel em sinal de submissão e respeito, com as patas apoiadas no seu corpo, pisando os cadáveres dos acusadores. Além da imagem de Habacuc que aparece como sinal de protecção pode aparecer também a "Dextra Dei" - a Mão de Deus - (publicado já num post anterior). Este representação foi entendida como prefiguração para a Ressurreição de Cristo e outros temas como a Descida ao Limbo ou o jejum no deserto.
Este programa iconográfico gozou de especial preferência dos primórdios do cristianismo e na Alta Idade Média, atingindo esta representação o seu auge no Românico.

Daniel na cova dos leões, Egipto - Bawit, século VI, madeira de tamargueira, Museu Bode, Berlim - foto da autoria do seguidor Tiago Alves


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