Este tipo de imagens, apelidadas de Virgens Abrideiras,são uma representação da Virgem entronizada com o Menino Jesus no colo e que se abre para deixar ver uma espécie de retábulo onde figuram, como uma história, cenas do Nascimento ou da Paixão. Nos exemplos peninsulares centrava-se estas composições no culto mariano, representando cenas da vida de Maria. Contudo, foram imagens fortemente contestadas e criticadas pelo duplo sentido que ofereciam às pessoas, podendo levar os crentes ao erro e até mesmo a indevoções. Esta escultura em concreto apresenta nove cenas na sua grande maioria da vida da Virgem: no registo inferior podemos observar (da esquerda para a direita), A Anunciação, a Natividade com o Anúncio aos Pastores e a Epifania ou Adoração dos Magos; na fiada central temos a Ascenção de Cristo, a Dormição da Virgem e o Pentecostes; por fim, no topo, a Assunção da Virgem, a sua Entronização e Coroação e a Visitação. Também o trabalho do marfim era quase inexistente em Portugel pelo que este, tal como outros exemplares da Península Ibérica, tenham sido produzidas por oficinas parisienses.


Virgem do Paraíso, Museu de Arte Sacra da Sé de Évora, final do século XIII ou início do século XIV.


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